O agente etiológico desta enfermidade é o ácaro Demodex sp
Este ácaro, geralmente tem uma convivência pacífica com os cães, não causando prejuízos à sua saúde. No entanto, certas situações, o Demodex pode tornar-se um agente nocivo. Isto ocorre em casos de queda de resistência do organismo, passando a se reproduzir intensamente, espalhando-se pelo organismo do hospedeiro, alcançando linfonodos
A transmissão deste ácaro geralmente não se dá pelo contato direto, pois o ácaro localiza-se profundamente na pele, na derme, mas pode ocorrer quando há estreito e prolongado contato entre um animal sadio e outro afetado. Há estudos que comprovam que esta enfermidade não é transmitida durante a vida intra-uterina e nem durante o parto, mas quando a mãe é portadora, dentro de 8 a 18 horas após o nascimento, os filhotes já apresentam o ácaro na região do focinho, sendo esta transmissão normal, não implicando no desenvolvimento da doença.
A demodecicose pode manifestar-se de duas formas:
- Demodecicose localizada: caracteriazada por poucas áreas de alopecia delimitada (uma ou duas), pequenas, com graus variados de eritema, escamosas e hiperpigmentadas. O prurido e a piodermatite secundária não são frequentes. As lesões geralmente são encontradas na cabeça, pescoço e membros anteriores, podendo também aparecer em outras regiões do corpo do cão.
- Demodecicose generalizada: a princípio, surge em animais de raças puras com menos de um ano de idade. Cerca de 10% das lesões localizadas causadas por este ácaro, podem dar origem a um quadro generalizado. Observa-se alopecia difusa, eritema, edema, seborréia, crostas e piodermatite secundária, podendo esta apresentar-se moderada, superficial ou severa e profunda com furunculose e celulite. Normalmente estão associados, prurido e linfoadenopatia generalizada.
O diagnóstico é feito através da raspagem profunda de pele, sendo o material coletado observado em microscopia. Para que haja a confirmação do diagnóstico é necessário que seja encontrado um número elevado de ácaros adultos ou formas imaturas. As regiões prediletas do D. canis é ao redor do focinho e nas patas, sendo que estas zonas devem ser as primeiras de colheita de material para exame. Em situações especiais, pode ser feita a biópsia de pele para confirmação do diagnóstico.
Na forma generalizada, o tratamento definitivo não é possível de ser feito. Já a forma localizada responde bem ao controle, feito:
- Tratamento tópico: com uso de xampus, sendo que este prepara a pele para receber um medicamento um medicamento que vem na forma líquida e é diluído em água; através do uso de “spot-on” que é aplicado no dorso do animal.
- Tratamento sistêmico: medicamentos em forma de comprimido; injeções.
Recomenda-se a castração das fêmeas recuperadas, pois no período de cio, assim como na gestação, podem provocar recidivas. Não é aconselhado o uso de animais curados para a reprodução.
ARTIGO DE: Débora Carvalho Meldau
FONTE: INFO ESCOLA